sexta-feira, 15 de outubro de 2010

De Picasso a Gary Hill, em cartaz no Museu Oscar Niemeyer





















Vale muito a pena conferir!!! O título é um chamariz!

De Picasso a Gary Hill, em cartaz no Museu Oscar Niemeyer, promete construir um “mapa” da arte moderna ocidental. A pretensão não chega a se concretizar, pelo pequeno número de artistas e de obras, são 35 nomes e cerca de 50 telas, objetos e instalações, nem sempre representativas dos artistas consagrados ali presentes.
Mesmo assim, a mostra, realizada em parceria com o Instituto Valenciano de Arte Moderna (IVAM), da Espanha, e o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura de Fortaleza, no Ceará, é uma oportunidade rara para os curitibanos apreciarem obras de Pablo Picasso, Joan Miró, Marc Chagall, Salvador Dalí e Paul Klee, entre outros monstros sagrados da arte moderna.

A exposição foi montada sem uma ordem cronológica, de modo a libertar o público do que os curadores chamam de “fronteiras definidas” e “amarras temporais”. “A ideia é que esse fragmentado conjunto de obras agrupadas em coligações não muito rígidas estimule no observador a elaboração de ilações próprias sobre a modernidade artística do século20”, escrevem, no texto que introduz a mostra.

O californiano Gary Hill, um dos pioneiros da videoarte, é o destaque da primeira sala. Chama a atenção a obra “Between” (1993), uma videoinstalação em forma de cruz construída com 13 monitores de 14 polegadas que exibem imagens chocantes em preto-e-branco. Mais exasperantes são as cenas do monitor ao lado, “Marca Registrada” (1975), da artista baiana Letícia Parente (1930-1991), obra que se tornou um emblema da videoarte no Brasil. A artista e também cientista (ela foi doutora em Química), cujos trabalhos costumavam focar o corpo como instrumento de arte, costura em seu pé a inscrição “Made in Brazil”.

No salão principal, estão as quatro obras de Picasso, duas litogravuras e duas pinturas, com destaque para “O Pintor no Trabalho” (1964), guache sobre papel de formas cubistas, ou se surpreender com a instalação “Les Reserves des Suisses Mortes” (1991), do francês Christian Boltanski, cuja obra é marcada pelo tema do Holocausto.

O artista, que trabalha com vídeos e fotos como matérias-primas mais comuns de suas instalações, empilha caixas metálicas umas sobre as outras com fotografias de pessoas mortas durante a Se­­gunda Guerra Mundial.

Obrigatórias são, também, a bela litografia do russo Marc Chagall (1887-1985) da cúpula da Ópera de Paris, a tela do espanhol Joan Miró (1893-1983) e uma máscara em madeira pintada do argentino Joaquín Torres García (1879-1949).




Serviço:De Picasso a Gary Hill, no Museu Oscar Niemeyer (R. Mal. Hermes, 999), (41) 3350-4400. De terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas. R$ 4 (adultos), R$2 (estudantes), livre (crianças até 12 anos, maiores de 60 e escolas públicas pré-agendadas). Até 27 de fevereiro.